quinta-feira, 29 de março de 2007

Dançando conforme a música da vida

O Projeto “Bem dos Pés a Cabeça”, que vem sendo desenvolvido a oito anos nas favelas da Zona Sul do Rio de Janeiro pelo dançarino Jaime Aroxa, está abrindo um mundo de descoberta para crianças e jovens dessas comunidades. “Três, dois, um, mexendo”, é assim que meninos e meninas aprendem a soltar o corpo nos muitos ritmos da dança. O sonho do dançarino Jayme Aroxa era dar para essas crianças o poder de deixar para trás um cotidiano de conflitos, guerras de traficantes e pobreza. Durante oito anos, 1,5 mil crianças dos Morros da Dona Marta, Rocinha e da Cruzada São Sebastião no Leblon se envolveram no Projeto. Atualmente cerca de 100 crianças e jovens têm aulas gratuitas todos os sábados. Os alunos mais experientes estão montando uma companhia de dança.
Coordenadora do Projeto, a professora Luciene Mendes conta que alguns meninos foram tirados das drogas, do mundo do tráfico. Segundo ela, as crianças já estavam com problemas nas suas comunidades e quando encontraram o projeto viram a chance de um recomeço. O “Bem dos Pés a cabeça” tem a idéia de união: quem sabe mais ensina quem sabe menos. Com essa premissa, o objetivo é de formar professores e dançarinos, gente apaixonada pelo projeto.

Levando uma vida de cachorro

Em Ibiúna, interior de São Paulo, a Guarda Municipal encontrou um lugar onde um senhor de 64 anos, mantinha o neto de 2 anos amarrado, literalmente com a corda no pescoço, junto a três cachorros, entre eles um da raça Pit Bull.A criança estava presa há cerca de um mês, segundo o avô. A última refeição do garoto teria sido uma mamadeira com leite, há 20 horas antes da Guarda chegar. O senhor que “criava” o menino como um cachorro, caiu em contradição ao tentar explicar o ocorrido. De acordo com o delegado responsável pelo caso, José Arruda Madureira Júnior, a criança ficava amarrada para evitar que destruísse o jardim da casa. Já à imprensa, o avô informou que mantinha o neto preso para que ele não fugisse enquanto estivesse trabalhando. O delegado disse que a mãe da criança teria começado um novo namoro com outro homem e deixado o menino com o avô. Em depoimento prestado no 1º destrito policial de Ibiúna, a mãe acrescentou que a avó do menino é muito doente e que quem realmente cuidava de seu filho era o avô. No momento do flagrante, a idosa que também mora no local não foi encontrada, por isso prestará depoimento depois.Segundo informações, o pai da criança teria morrido num tiroteio. O tio do menino que mora em Peruíbe (SP), entrou com um pedido de guarda, na Vara da Infância e Juventude da cidade. O juiz, Wendel Lopes Barbosa Souza, disse que para o irmão do pai da criança conseguir a guarda, ele vai ter que comprovar uma boa situação social, estabilidade na cidade onde reside, emprego, uma família apta para à receber a criança e passar por um exame psicológico.O menino está na Casa da criança, um abrigo para menores da cidade, esperando pedidos de guarda.

quinta-feira, 22 de março de 2007

O destino de crianças abandonadas

Muitas crianças brasileiras tinham dias, meses de vida quando foram abandonados horas depois do nascimento, ainda nas maternidades, em abrigos ou no Juizado de menores.
É preciso ser forte para assimilar o que essas crianças vivem ou já viveram; as histórias que elas contam ou poderiam contar se não estivem “presas” num abrigo. Um menino que não se lembra há quanto tempo foi abandonado. deu um depoimento dizendo: “Minha avó me deixou aqui porque não tinha ninguém para cuidar de mim”.
Esse relato é de um menino recordando a sua história. Entretanto, a grande maioria não tem coragem de relatar, devido a vergonha que sentem. Certas crianças preferem viver num mundo de sonhos, onde os pais, de uma hora para outra, vão aparecer. Em alguns casos, a família não existe mais ou desapareceu. Corredores e salas desses abrigos e juizados também protegem aqueles que sofreram abuso sexual de padrasto, do pai ou irmãos mais velhos.
Dois caminhos esperam por essas crianças: as que têm a saúde perfeita, a adoção; os que têm algum tipo de deficiência podem ser rejeitados mais uma vez, pois raramente são adotados.
O problema da adoção no Brasil é bastante grave. Os brasileiros querem crianças de até 3 anos de idade e normalmente sozinhas, sem os irmãos. Em São Paulo, pesquisas apontam que, pelo menos 55% dos abrigos são formados por grupos de irmãos, os quais não podem ser separados.
Uma pesquisa feita pela Comissão Estadual Judiciária de Adoção Internacional de São Paulo, indica preferências assustadoras, na visão dos especialistas. Confira o perfil de crianças pretendidas pelos futuros pais:
  • 99,32% só querem uma criança;
  • 82,68%, procuram crianças com, no máximo, 3 anos;
  • 49,39% só aceitam se for branca;

E uma surpresa: 83,32% dos candidatos são casais; 41,41% têm curso superior completo; 43,29% não aceitam irmãos.
Cada dia perdido dentro de um abrigo é um dia sem beijo, sem abraço, sem um carinho de mãe, seja ela biológica ou adotiva.
O estudante Arthur carvalho Delorme define bem o ato de adotar uma criança:
"Adoção é escolher uma pessoa que é importante para você”.

terça-feira, 20 de março de 2007

Rocinha tem a sua princesa

A menina Natália Henrique de Oliveira, de 12 anos, foi a vencedora do concurso princesinha da Rocinha, realizado pela rádio comunitária Brisa FM. Ela concorreu com quase 20mil adolescentes inscritas.
A adolescente ganhou como prêmio roupas novas, passeio de limusine, ida ao salão de beleza, jantar numa churrascaria, e ainda o direito de viajar, gratuitamente, nos moto táxis da comunidade durante 1 ano.
Embora contente, Natália ainda espera um telefonema de sua mãe, da qual foi afastada quando tinha 6 meses de idade, após a separação dos pais. Seus encontros com a mãe acontecem somente no período das férias escolares, e duram fulgazes 30 dias, Lamenta.
A menina mora com o pai, Eliezer Pedro de Oliveira, 42 anos, “eu sinto à ausência da minha mãe, principalmente quando cai à noite, um carinho, um abraço na hora de dormir”. Diz a princesa.
O pai da menina ainda recebeu, de um empresário, R$450,00 para ajudar no pagamento dos 3 meses de aluguel atrasados. O prêmio faz parte de uma ajuda à ganhadora do concurso, que é patrocinado por comerciantes, empresários e a gravadora Três Amigos.

sexta-feira, 16 de março de 2007

Mãe ajuda a matar o filho

Há alguns dias, o menino Cauã de Melo, de apenas 3 anos foi espancado até a morte pelo seu padrasto, Carlos Antônio de Morais com ajuda da mãe Daiana Lucia de Melo.O crime ocorreu no bairro Parque dos Meninos, em São Pedro da Aldeia, Região dos Lagos do Rio de Janeiro.
Com o laudo do Instituto Médico-Legal (IML) de Cabo Frio foi constatado que a morte da criança ocorreu por conta de um traumatismo craniano e abdominal. Para a titular da 125ª DP de São Pedro da Aldeia, Cláudia Márcia Nogueira, o padrasto tentou reanimar a criança jogando água e chamando os vizinhos.
O casal nega o crime, porém contou histórias confusas. A titular informou que segundo depoimento dos vizinhos, tanto o padrasto quanto a mãe batiam muito na criança. Carlos e Daiana serão julgados por homicídio qualificado, devido a tortura. A vítima tinha mais três irmãos.